ADMINISTRAR É PRECISO

Desde o advento da estabilização da economia brasileira as empresas varejistas foram obrigadas a se reinventar.

Antigamente (lê-se de 15 a 20 anos atrás) o varejo vivia sobre uma regra simples, porém eficaz. Estocava-se ao máximo para ganhar MUITO dinheiro na “virada das tabelas de preço”, e aplicava o dinheiro das vendas no mercado financeiro, nos assim chamados OVERS NIGHTS.

Quem seguisse essa regra simples, ganhava dinheiro acima e não precisava se preocupar se o negócio dava lucro ou prejuízo operacional.

Contudo, o jogo mudou radicalmente. Com a economia estável os bancos já não podem oferecer taxas de juros “paquidérmicas” desmotivando o investimento.

Por outro lado, os preços não são mais reajustados diariamente (ou 2x ao dia como em alguns casos). Na maioria dos segmentos os aumentos de preço ficaram susceptíveis às leis de mercado(livre concorrência), ou como no caso dos medicamentos, ficaram congelados para então serem reajustados uma vez ao ano. O governo diz que por ser um produto de primeira necessidade, é preciso mantê-lo acessível ao consumidor.

PERGUNTO: Se o governo está tão preocupado com o acesso ao medicamento por que motivo produtos que são encontrados à venda na farmácia popular, não são encontrados gratuitamente no SUS?

– Outra pergunta, se o governo preocupa-se tanto com a acessibilidade ao tratamento medicamentoso da população, peço que me expliquem por que o ICMS do medicamento no Estado de São Paulo é 18% e o ICMS de medicamento ANIMAL é 7%? Ou seja, se falar paga 18%, mas se latir paga 7%. Acho que vai ter muita gente latindo por aí depois de ler essa matéria.

Voltando ao assunto principal, a pergunta mais importante para ser feita nesse momento é:

Como é que as empresas ganham dinheiro hoje em dia?

A resposta é: Através do LUCRO de sua operação de compra e venda

Eu costumo dizer que entendendo o D.R.E (Demonstrativo de Resultado do Exercício) podemos ter uma visão panorâmica e estratégica do nosso negócio.

Vamos ver do que se trata:

RECEITA BRUTA

(-) impostos

= RECEITA LÍQUIDA

(-) cmv*

= LUCRO BRUTO

(-) gastos totais

= LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL

 

LEGENDAS

* CMV = Custo da Mercadoria Vendida (representa a somatória de todos os produtos vendidos, a preço de custo).

– A Receita Bruta = faturamento originado da venda de produtos.

– Os Impostos, são apenas os relativos à venda a varejo (ICMS, PIS E COFINS).

– Gastos Totais = São os demais gastos da empresa, tais como: Folha de pagamento, energia, telefone, água, INSS, locações, taxas, pró-labore, entre outras.

Quando estruturamos os números da nossa empresa no DRE (numa planilha em Excel formulada, por exemplo), podemos entender qual o faturamento mínimo que devemos ter para podermos pagar as nossas contas totais, os impostos e o C.M.V (fornecedores) dos produtos vendidos.

A isso chamamos de PONTO DE EQUILÍBRIO.

Com o DRE estruturado, podemos começar a simular cenários, do tipo:

1. Se eu aumentar as vendas em 5%, mantendo o resto das variáveis constantes(impostos, despesas e CMV), qual o resultado que obteremos?

2. Se reduzirmos as despesas em 10%, e mantivermos o restante constante, qual o impacto no lucro do meu negócio?

3. E se aumentarmos as vendas em 5%, e reduzirmos as despesas gerais em 10%, qual o resultado final?

A partir desse momento, você acaba de ganhar a principal receita do bolo chamado PLANEJAMENTO. Através desses indicadores, estabeleça as metas para aumentar as vendas, e outras para reduzir despesas.

BOA SORTE E SUCESSO.

<Marco Antonio G. Geraigire é consultor de empresas especialista em varejo – treinador – palestrante – prof. em varejo UNISANTOS>

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